segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lute pelo seu sonho


Se você é feliz, viva com intensidade; se sofre não faça desse sofrimento uma bandeira nem uma estaca para você se escorar; use o sofrimento como uma espada com a qual você irá furar as barreiras que possam aparecer em seu caminho. Lute sempre para que mesmo sem querer o sorriso não deixe de brotar de sua face e nos seus lábios. A serenidade esteja sempre em seu rosto; não deixe que a tristeza aflore em seus sentidos mesmo que as lembranças tentem perturbá-lo e o prato venha fácil esconder essas lembranças. Bem no fundo de sua alma, pense e não chore. Lembra-te que há alguém prá te dar aquela força que você precisar. Quanto ao desespero e angústia tranque-os numa caixinha e jogue a chave no mar. E quando estiver num baixo-astral, lembre de Deus. Lembre que quando Deus nos deu a vida queria que vivêssemos e não morrêssemos. Deus nos deu a vida que é a essência do ser e a supremacia do amor. Acho que só posso pedir ou exigir que você viva, lute pelo seu sonho, lute pelo seu amor; quero que quando escutar ou ler algo parecido com isso, lembre-se que não é sentimento poético e sim puro e real sentimento da força que Deus tem para dar a você.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Responsável Pelo Meu Irmão

Então o Senhor perguntou a Caim: “Onde está seu irmão Abel?” Respondeu ele: “Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” Gênesis 4:9 NVI

Um dos mais trágicos sinais dos tempos é o insensível desrespeito pela vida humana. Homens e mulheres se preocupam apenas consigo mesmos. Pisam sobre os outros, procurando “levar vantagem” não importa a que custo. Crimes violentos – assaltos, assassinatos, estupros – proliferam. Muitas cidades estão se tornando modernas selvas, onde a anarquia e a força bruta imperam.

A vida no mundo é como uma pirâmide. Quanto mais alto uma pessoa sobe, menos pessoas estão acima dela. Portanto alguns lutam e se esforçam, subindo sobre os outros, a fim de estarem acima dos demais.

Cristo Jesus, no entanto, inverte a pirâmide. Seu sistema de valores é completamente oposto ao sistema do mundo. No reino de Jesus vivemos não para subir sobre os outros, mas para sustentá-los nos ombros. “Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:26-28). E assim no ápice desta pirâmide invertida encontramos um homem, Jesus Cristo. Ao invés de impor Seu Senhorio sobre nós, Ele está carregando toda a raça humana sobre seus ombros, levando nossos seus pecados na cruz da redenção.

Sou eu responsável pelo meu irmão? A desculpa insolente de Caim é respondida por Jesus: Sim, Caim, você é responsável por seu irmão. Assim como eu fiz a humanidade de “um só homem” (Atos 17:26 NTLH) e assim como eu morri por todos como o novo Adão (Romanos 5:12-21), de igual maneira todos agora são um em Mim.

Porque Jesus morreu por cada pessoa, cada Abel é nosso irmão e somos responsáveis por seu bem estar.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Como é Deus?


Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João 1:14, ARA.

Como é Deus? É Ele severo e exigente, vigiando-nos como um policial celestial? É Ele cruel e vingativo, um tirano cósmico que brinca com Suas criaturas? Ou é Ele um avô complacente, que nos deseja o bem, mas é incapaz de deter a força do mal?

Jamais poderemos saber como é Deus a menos que Ele Se revele a nós. Felizmente Ele já se revelou! A Bíblia é o registro de sua auto-manifestação. Graciosa condescendência para com uma raça separada e solitária.

Embora tenha havido grandiosas representações de Deus no Antigo Testamento, a suprema revelação veio em Jesus Cristo. Aquele que era um com Deus, (João 1:2) se “fez carne”.

Conhecer a Jesus é conhecer a Deus. “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai… Quem me vê a mim vê o Pai,” disse Jesus (João 14:7-9). “Tudo que o homem precisa e consegue conhecer acerca de Deus tem sido revelado na vida e no caráter do Seu Filho, o Grande Professor” (A Ciência do Bom Viver, 95).

Ao contemplar a Jesus vemos quão falsos são os deuses fabricados pela imaginação humana. Deus não é severo ou exigente, nem é um tirano cósmico. Ele também não é um ser celestial passivo e impotente. Ao contrário Deus é amor.

Separe tempo para conhecer a esse amor que cuida, que corre atrás de nós, que morreu para nos salvar. Ao separar um tempo diário para contemplar a glória de Jesus você descobrirá que não existe nada mais encantador no universo!

domingo, 21 de agosto de 2011

Traída


A vida estava no auge do desabrochar. Era primavera! As flores estavam todas se abrindo e meu bebê chegaria dentro de quatro semanas.

Mas, de repente, foi como se a primavera deixasse de existir e da mesma forma, o futuro. Eu estava parada ao lado da gaveta da escrivaninha que se encontrava escancarada, e segurava algumas passagens de avião em minhas mãos. Havia um total de seis bilhetes, três viagens de ida e volta para duas pessoas, em nome de Carlos. Já fazia mais de um ano que eu não viajava com meu marido. Meu coração começou a bater forte, parecia que ia saltar pela boca.

Eu não queria acreditar nas evidências, mas ao mesmo tempo, sentia-me compelida a buscar algo mais concreto. Nessa busca, encontrei o que não poderia deixar dúvidas. Bilhetes de teatro para dois. Notas de restaurante provenientes de noites em que ficara “trabalhando” até mais tarde. Mais passagens de avião indicando que ele chegara à cidade, dois dias antes de vir para casa. Eu procurei algo em que me apoiar – a própria escrivaninha, uma cadeira, qualquer coisa. Meu marido estava tendo um caso com alguém. Meu corpo começou a tremer e minha cabeça a girar. De alguma forma, percebi que minha vida nunca mais seria a mesma.

Carlos e eu havíamos sido criados em famílias cristãs estáveis, conhecido um ao outro numa Escola Cristã, dedicado nosso casamento e nosso filho ainda por nascer, ao Senhor. Ele fazia parte de uma organização cristã. Juntos, nós orientávamos o grupo de adolescentes da igreja, éramos professores da Escola Dominical e, fielmente, freqüentávamos um grupo de estudo bíblico.

A vida estava sendo boa para nós! Carlos tinha um bom emprego, uma casa nova e um bebê a caminho em quatro semanas. O quarto do herdeiro estava prontinho; a decoração tendia para o amarelo. Não faltava nada das fraldas ao famoso “ursinho” de dormir. Não havia motivo para reclamar da vida.

Mas, ali estava eu com as passagens de avião em minhas mãos. Eu simplesmente não podia recolocá-las no fundo da gaveta e fingir que não existiam. Sentei-me e procurei ordenar meus pensamentos.

As coisas começaram a fazer sentido. A frieza com que Carlos vinha me tratando nos últimos tempos, o fato de estar sempre ocupado com os negócios, as noites que chegava tarde do trabalho, as partidas de tênis com o chefe, nos fins de semana e as freqüentes viagens da firma, a serviço. Veio até em minha mente, a imagem do Dia das Mães, apenas algumas semanas atrás. Foi a minha primeira e tão esperada comemoração do Dia das Mães pela qual eu vinha orando há seis anos. Os familiares de Carlos vieram para casa e trouxeram presentes para o bebê que estava a caminho – um macacãozinho azul, caso fosse menino e um vestidinho cor-de-rosa para menina. De repente, após o jantar, Carlos levantou-se abruptamente e comunicou que precisava ir correndo ao escritório para terminar um serviço para a manhã seguinte.

- Mas Carlos, é Dias das Mães. Será que você não pode esquecer os negócios pelo menos hoje? – sua mãe aventurou-se, em oposição àquela atitude.

Mas Carlos levantou-se e saiu. Era uma época de muito serviço para ele. Eu compreendia. Cem por cento dedicado ao trabalho, dava duro para que o bebê e eu pudéssemos ter uma vida confortável.

Mas, naquele momento, tudo se tornava mais claro! Ele não saiu a serviço no Dia das Mães. Tudo fazia parte de sua camuflagem, mentiras, infidelidade. Gotas de suor brotaram em minha testa e comecei a tremer. Minha primeira reação foi sair correndo e trocar todas as fechaduras para que ele não pudesse entrar. Eu não queria mais vê-lo na minha frente.

Fiquei parada no meio da sala enquanto uma dor imensa tomava conta de mim. A sala onde havíamos recebido tantos amigos! O sofá em que Carlos e eu, tantas vezes, havíamos sentado, sonhado e planejado juntos. Meus olhos foram até a poltrona azul de encosto alto onde apenas um mês atrás eu havia “construído” uma altar para o Senhor.

- Pai, conheço muitas coisas a seu respeito. Agora, quero conhecê-Lo de verdade… Venha o que vier.

Aquela reentrega estava tão viva em minha mente, como se tivesse acabado de ser feita. Eu também havia chorado naquele dia – lágrimas que encerravam o desejo de conhecer mais a Deus. À medida que Deus me levava para mais perto dEle, iniciava-se também, em minha vida, o processo de perdão, antes mesmo que eu precisasse colocá-lo em prática!

CONFRONTAÇÃO

-Bem, agora que você já sabe, existe realmente outra pessoa, e eu estou apaixonado por ela.

Foram estas as palavras de Carlos. Ditas da mesma forma e com a mesma entonação como se dissesse que estava indo à padaria comprar leite – sem o menor traço de culpa ou remorso.

-Já faz tempo que não sou feliz em nosso casamento. Uma vez que eu vou mesmo embora, é melhor ir agora.

Ele nem se deu ao trabalho de vestir o paletó! Em seu rosto, uma dureza tão grande, que eu nunca havia visto. De repente, eu o amei e odiei ao mesmo tempo. Queria que fosse embora, mas também queria segurá-lo e retê-lo para sempre. Ele se virou e caminhou em direção à porta. O paletó escorregava de seus ombros.

- Não precisa mais me esperar!

Eu não tive forças para responder!

Fiquei parada na porta olhando o carro se afastar até perder de vista. A sensação que eu tinha era de estar assistindo a um filme de pesadelo, ou de estar ouvindo a história de outra pessoa. Durante toda a noite a casa ficou vazia e silenciosa. Somente meu choro ecoava! Eu vagava pela casa chorando, entrava e saía do quarto do bebê, sempre chorando. Cerrei meus punhos e os levantei para Deus dizendo:

- Deus, quero que o Senhor saiba que, se este é o Seu plano para minha vida, ele é uma droga! Eu odeio o meu marido e odeio o que o Senhor está fazendo comigo e com o meu bebê.

O MOTIVO

- Mas, diga-me Suzanne, por que você acha que ele foi embora?

Era minha vizinha perguntando, enquanto tragava um cigarro e fazia rodinhas de fumaça para cima. Fazia uma semana que tudo havia acontecido. Eu estava sentada à mesa de sua cozinha enquanto conversávamos.

- Você acha que existe outra pessoa?

Ela aguardava minha resposta.

- Sim Rose, existe outra mulher.

- Bem, Suzanne, é meio difícil dizer isto para você, mas eu já sabia.

Ela apagou o cigarro, sentou-se na minha frente e olhando-me bem nos olhos disse:

- Cíntia e o marido são seus melhores amigos, não é verdade? E vocês quatro estão sempre juntos, certo? Não me importa se ela se diz crente como vocês. Cíntia roubou seu marido e eu vi com meus próprios olhos.

A xícara de café quase caiu de minhas mãos. Era como se toda minha força esvaísse.

“Deus! Faça com que ela esteja errada. Pelo nosso testemunho para com a Rose e seu marido, permita que ela esteja errada!”.

Mas Rose continuou a falar:

- Quando você foi visitar sua mãe em Nova York, Cíntia esteve em sua casa com Carlos. Eu estava com uma gripe danada e não fui trabalhar. Naquele dia, vi Carlos e Cíntia entrarem em sua casa. Jorge e eu estávamos pensando em como lhe contar, mas percebemos que logo você iria descobrir.

Aí estava o motivo. Como se não bastasse o fato de Carlos haver me traído, tinha que ser logo com uma de minhas melhores amigas! Senti a raiva subindo. Meu coração estava disparado. Eles tiveram a audácia de manter o caso em minha própria casa! Irada e humilhada, foi difícil até me despedir de Rose. Era como se minha vida houvesse se transformado numa novela piegas. E nesse tipo de novela, não existe final feliz!

CINCO MINUTOS

De alguma forma, achei forças para sobreviver nas próximas semanas. Meu filho nasceu. Um saudável e lindo bebê, com cabelos escuros como os do pai.

- Senhor, o que farei com um filho sem pai? E quando ele chegar à adolescência?

Naquele momento, vieram em minha mente certas palavras que se transformaram em âncora de que eu tanto precisava.

- Suzanne, não se preocupe com o amanhã. Confie agora em Mim!

- Mas, Senhor, eu estou supercarente! Carlos foi infiel. Minha amiga roubou meu marido. Meu bebê não tem pai.

- Suzanne, você não precisa pensar em perdoá-los para sempre. Perdoe-os agora, neste minuto.

De repente, percebi que não podia manter aquela atitude durante um dia inteiro, mas seria possível por cinco minutos. Eu poderia não saber o que fazer com um filho adolescente, mas o meu filho era recém-nascido. E eu sabia lidar com recém-nascidos.

APOIO

Durante os dias e semanas que se seguiram, enquanto eu me esforçava para evitar uma autodestruição, clamava a Deus e dizia:

- Senhor, eu não estou gostando do que está acontecendo. Eu odeio meu marido. Eu odeio a mulher que o roubou. Será que não há justiça?

Eu me abri, não somente com Deus, mas também com um casal de amigos, Daniel e Priscila.

Muitas vezes se assentaram ao meu lado e me ouviram; momentos em que a dor e a raiva pareciam me asfixiar. De vez em quando, eles gentilmente davam um “toque”, lembrando-me da perspectiva de Deus sobre o assunto; mas na maioria das vezes, apenas me ouviam e me amavam. Ao falar sobre minha raiva com Daniel e Priscila e mais tarde com um conselheiro, comecei a resolvê-la.

Além de ouvir, davam-me amor e perdão incondicionais. Eles não tomaram partido, não julgaram e não condenaram – a mim por meu ódio e a Carlos por sua infidelidade. Fizeram por mim, naquela época, o que eu não conseguia fazer – eles perdoaram meu marido e minha amiga. Rodeei-me de amigos, não para simplesmente despejar minha história sobre eles, mas porque dessa forma, poderia receber força, sabedoria e dicas que me auxiliariam a viver.

CONFIANDO NOS PLANOS DE DEUS

Aos poucos, atingi outro importante passo no processo do perdão. Percebi que deveria assumir a responsabilidade por meu futuro. Tinha uma escolha a fazer: permitir que o divórcio arruinasse minha vida, ou então, determinar perante Deus que aquela traição, não importando o quanto eu a detestasse, não destruiria o plano do Senhor para mim, tampouco para o meu filho. Passei a perceber que Deus não havia arquivado Seus planos em relação a mim. Ele ainda os mantinha firmes em Suas mãos. Ninguém pode sabotar Seus planos – nem mesmo um marido infiel. Aos poucos, a raiva que eu sentia foi diminuindo.

RECUSANDO A AMARGURA

Perdoar tornava-se mais difícil quando via Carlos e Cíntia casados. Sentimentos e pensamentos negativos povoavam minha mente. “Ele não dá a mínima para o filho. Ela roubou o meu marido. Por que a vida que ela leva é tão boa?”

Lembro-me do dia em que encontrei Cíntia em frente ao Correio. Era a primeira vez que eu a encontrava, após o casamento deles. Ela estava com um carro novo. Também ouvira dizer que estavam construindo uma casa. Eu tinha um carrinho modelo econômico, havia me mudado para um apartamento de dois dormitórios e saía para trabalhar todas as manhãs, deixando meu filho de três anos com uma babá. Ondas de raiva e de autopiedade invadiram meu ser. Eu não suportava nem olhar para ela.

Mas, era inevitável que nos encontrássemos. Ela estava descendo as escadas e eu subindo. Eu a cumprimentei:

- Oi Cíntia!

Pronunciei aquelas palavras da forma mais genuína e educada que pude. Ela virou o rosto rapidamente para outra direção, mas eu notara algumas linhas duras em seu rosto. Não era a mesma Cíntia com quem eu compartilhara a vida no passado. Ela parecia velha e cansada.

Repentinamente, senti compaixão dela. A culpa estava estampada em seu rosto. Ao passar Davi para a babá e me dirigir para o trabalho, meus sentimentos iam do ressentimento à compaixão. Fiquei penalizada pela culpa que ela carregava. Mas, ela continuava sendo a razão pela qual eu precisava deixar meu filho com a babá e ir trabalhar, quando desejava desesperadamente ficar em casa com ele, contar histórias e fazer bolos. Ela era o motivo pelo qual eu precisava me esforçar para que o orçamento desse no final do mês. Enquanto isso, Cíntia dirigia seu carro novo e construía uma outra casa.

Foi aí que comecei a perceber que, recusando-me a perdoá-la, estava abrigando e permitindo que a amargura criasse raiz em meu coração. Eu não queria ser uma pessoa amarga. Nesse momento, lembrei-me de uma mulher muito amargurada. Não havia beleza em sua face e nem graça em sua vida. Eu não gostaria de me tornar aquele tipo de pessoa. Por outro lado, também vieram à minha mente algumas mulheres que estampavam graça e bondade. Estas sim, eram meus exemplos.

O contraste de ambas as imagens perdurava em minha mente nas horas de maior conflito interior, ou seja, quando levava meu filho para visitar o pai e via a linda casa; o fato de saber que Cíntia podia ficar em casa com os filhos e eu não; as férias nas montanhas com o marido no período de Natal, etc. Procurava, então, visualizar a mulher amargurada com a qual eu não gostaria de me parecer. Recordava, também, meu compromisso com Deus, de não permitir que amargura e a falta de perdão prejudicassem a vida de meu filho.

APROXIMANDO-ME DE DEUS

Em meu caso, a graça para perdoar surgiu, não como conseqüência de uma decisão específica para tal, mas como uma escolha lúcida de aproximar-me de Deus. Em minha luta para perdoar e esquecer, ligava o CD do carro e ouvia hinos de louvor. Durante a noite, quando conciliar o sono se tornava impossível, lia salmos em voz alta. Decorava versículos bíblicos e os repetia, seguidamente, até que me acalmasse e diminuíssem tanto os ressentimentos, quanto os temores em relação ao futuro.

O aproximar-me mais de Deus, através dos meses e anos, permitiu que, finalmente, conseguisse recordar-me de coisas boas a respeito de Carlos e Cíntia. Consegui lembrar dos bons períodos que passamos juntos. De fato, deparei-me preferindo lembrar de coisas boas sobre eles.

Com a escolha de aproximar-me de Deus, ao invés de afundar-me nos ressentimentos, encontrei força suficiente para, naquele momento, perdoar. A próxima vez que fui levar Davi para visitar o pai, precisei refrescar minha memória: “Oh! Senhor, ajuda-me a pensar em coisas positivas sobre eles”. Deus me concedeu, em doses graduais, a graça para pensar positivamente e também para perdoá-los.

CURA POR MEIO DA DOAÇÃO

O perdão foi chegando, na medida em que tirava os olhos de minhas mazelas e colocava-os em outras pessoas que, por algum motivo, estavam sofrendo. Certa noite, vários anos após Carlos ter saído de casa, meu telefone tocou. Era outra mulher que, naquele momento, atravessava uma situação semelhante à minha. Ao conversarmos, notei que poderia ajudar, não somente a ela, mas também a outras. Deus não havia me abandonado. Pela graça, eu conseguira atravessar aquele terrível pesadelo.

Aquele telefonema resultou num almoço semanal e dali um estudo bíblico com três mulheres em situações semelhantes. Mais tarde, já éramos doze. Reuníamo-nos para nos apoiar, mutuamente, e estudar a Bíblia.

Atualmente, anos após o ocorrido, o grupo de apoio para mulheres divorciadas de nossa comunidade ainda existe e está muito ativo. À medida que me dispus a estender minha mão e ajudar a outros em seus sofrimentos, minha própria dor foi curada e esquecida.

O FRUTO DO PERDÃO

Certo dia, sete anos depois daquela manhã quando pensei que minha vida fosse terminar, recebi uma notinha escrita à mão. Era Cíntia pedindo perdão. Consegui sentar em minha escrivaninha e escrever as seguintes palavras:

Cíntia,

Eu já a perdoei. Você tem muitas qualidades positivas, utilize-as para encorajar outras pessoas. Desejo o melhor para você, Carlos e as crianças. Não permita que o passado se interponha entre nós. Lembre-se somente dos bons tempos que desfrutamos juntas. Se nossos caminhos se cruzarem ao longo da estrada, não haverá nada pendente. Você está perdoada!

Na semana passada, ao fazer umas compras perto de casa, vi Cíntia n loja no meio das pessoas. Fazia muitos anos que não a encontrava. Ela passou por mim como se não me conhecesse. Mas, mesmo ali, no meio de uma loja abarrotada de pessoas, descobri que perdoar vale a pena. Eu consegui olhar para ela, lembrar-me dos tristes acontecimentos ocorridos entre nós, mas não senti o tão sufocante ressentimento.

Quando Carlos passa em casa para pegar o filho, já consigo olhar para ele com compaixão. Foram-se as pontadas de ódio e mágoa. Aprendi que, se confiarmos em Deus, receberemos Sua graça para perdoar por um minuto, e dali por diante os minutos se multiplicarão. Teremos paz conosco, com Deus e, até, com aqueles que nos magoaram.

Depoimento de Suzanne Miler a Ruth Senter

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O QUE MAIS CONTRIBUI PARA O FIM DO CASAMENTO?

Se tivesse apenas uma frase para responder ao título, citaria o Salmo 127:1, onde Salomão, o homem mais sábio que já viveu, diz que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Neste caso, o fracasso de uma relação teria o seu motivo centralizado na ausência de um Construtor – o Senhor. Salomão, inspirado por Deus, está querendo nos dizer que para uma casa, um lar ser solidamente edificado, é preciso convidar ao Senhor para construí-lo. E isso deve começar a acontecer já no namoro. É nesta fase que os dois devem começar a orar juntos (por mais embaraçoso que possa parecer a princípio), e partilhar de momentos devocionais a dois. Depois do casamento, se essa estrutura espiritual não for sólida o suficiente, pode rachar e ruir diante dos conflitos e problemas que abalam a toda e qualquer família durante o seu ciclo vital.

Entre as crises naturais que geralmente abalam o relacionamento de um casal, e que constituem parte natural do ciclo vital da família, estão o próprio casamento (com a necessidade do estabelecimento de novas regras de convivência, etc.), o nascimento de um filho (ou de mais um filho), a adolescência de um ou mais filhos, a menopausa ou a controversa andropausa (com o fantasma da disfunção erétil) e a saída dos filhos de casa (esta é a conhecida síndrome do “ninho vazio”). Além dessas crises, existem outras circunstâncias, não comuns ao ciclo vital, mas que também podem afetar a vida familiar, como o desemprego de um ou dos dois cônjuges, a morte de um membro da família, crise financeira, doença grave ou incurável, o nascimento de um filho com deficiência ou a mudança de toda a família para outro lugar (pastores, militares e gerentes de banco sabem muito bem o que isso significa…). E não podemos deixar de citar as causas popularmente mais conhecidas para a separação como a famosa “incompatibilidade”, agressões físicas, a infidelidade por parte de um (ou dos dois), abuso sexual dos filhos e a “perda” do amor. Mas será que qualquer um desses motivos, diante de Deus, seria desculpa aceitável para a separação? A resposta, na maioria dos casos, deveria ser um firme não, mas em outros, precisamos reconhecer que não é fácil.

Por falar em “perda do amor”, esta causa acaba sendo uma das mais citadas simplesmente pelo fato de que todas as anteriores acabam desembocando nela. É por isso que, aparentemente contradizendo o que foi afirmado no início do texto, poderíamos dizer que o que mais contribuiria para o fim de um casamento seria então a tal perda do amor. Na verdade, o que se verifica é que o que mais contribui para a perda do amor dentro de uma relação é o fato de que hoje o verdadeiro amor não é mais conhecido nem reconhecido. À exceção de uns poucos felizardos, quase ninguém mais sabe como ele é! E, de acordo com uma das máximas da comunicação, aquilo que não é visto, não é conhecido e portanto não existe. Como poderia alguém conservar, cuidar ou até procurar um objeto que nunca tenha visto? Procurar um livro acerca do qual você nada sabe, nem mesmo a cor da capa, o assunto, ou o título, seria uma tarefa virtualmente impossível. Poderia até ser que você o encontrasse por acaso, mas não iria reconhecê-lo, e, possivelmente, sem saber o desprezaria! E, então, como pode alguém manter o amor dentro do casamento sem saber como ele é?

Bem, o amor verdadeiro, como é descrito na Bíblia, não é algo que mora com os homens. A experiência do amor verdadeiro é uma impossibilidade para um ser humano normal, que não anda com Deus. Isso que as pessoas sentem por aí pode até ser parecido com amor, mas ao fim percebe-se que tem muito mais de egoísmo que de amor. Ellen G. White, já há dois séculos, dizia que o oposto do amor não é o ódio, como muita gente pensa, mas sim o egoísmo (veja, por exemplo, Mente, Caráter e Personalidade, p. 205, 206, 562 e 606). Os relacionamentos do mundo moderno, dos filmes e das novelas, estão muito mais baseados nos sentimentos momentâneos do coração egoísta e pecaminoso do que nos altos e puros princípios do amor, como estão explicados na Palavra de Deus. A miséria e o sofrimento que têm assolado quase que gerações inteiras, como a nossa, têm como causa certa a imitação consciente ou não desses padrões inapropriados do assim chamado “amor”. E, mesmo assim, tem muita gente aconselhando por aí: “Você tem mesmo é que seguir o seu coração!” Mas como seguir meu coração, isto é, meus sentimentos (que mudam de uma hora para a outra), se a Bíblia diz que “enganoso é o coração do homem, desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Seguir apenas os sentimentos de um coração pecaminoso, sem Deus, não é apenas loucura. É crueldade para consigo mesmo e para com os outros.

Portanto, você e eu precisamos saber que o verdadeiro amor não é um sentimento apenas, ou uma atração louca e irresistível, irracional até. Essa ideia é fruto do pecado, da mídia moralmente comprometida, das novelas e dos sonhos de uma Hollywood sem Deus. O verdadeiro amor, na verdade, é uma parte do caráter de Deus, que Ele dá a cada dia, pela manhã, para Seus filhos, quando eles O buscam em família e em particular, através do culto familiar, da oração, da meditação e da leitura da Bíblia. Esse amor não tem em vista apenas seus próprios sentimentos, direitos e necessidades, mas em primeiro lugar os sentimentos, necessidades e direitos dos outros (Filipenses 2:3 e 4). Na verdade, como diz John Powel, “amor é um compromisso incondicional com uma pessoa imperfeita”. E é verdade: sem esse amor, não existe casamento que resista. E se durar, dura apenas para matar, para maltratar e traumatizar, e para mostrar aos filhos que, pelo menos para os pais, Deus não existe! Porque “aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor”!